quinta-feira, 20 de maio de 2010

Retorno do que não foi

Fortes reflexões forçaram-me a continuar tentando escrever neste locvs amenvs... O que mais me anima é saber que nenhum olhar perdido adentrará pois destes cantos.

Porque o medo de ser lido? Qual haveria de ser a explicação para tal intento? Haverão segredos? Medos? Desejos? O que faz um ser humano escrever, desenvolver as habilidades que mais os distinguem dos outros animais, para ser deixado no esquecimento, no limbo profundo? Há algo de podre no reino da Dinamarca! O que seria?

Quem ousará por dentre as entranhas adentrar e de lá extrair o que mais odorifica a dignidade partida? O que hei de poder oferecer se não minha dignidade? Um incômodo terrível arrebata-me.

Não sei o que é. Por isso escrevo. Depois leio e tento distinguir. Escrevo isso racionalmente? Talvez não... Talvez sim! Talvez haja uma mescla inseparável entre a razão aglutinante e a omissão desconhecida.

Insisto na dúvida. Mal o sei escrever. Tangibilizar. O sei fazer? Espero que o raio solar adentre pois no recanto de minha morte. Tal é o sofrimento que todos os dias o aceito. Poderia ser distinto? Como de três os feitos, todos como um se portarem? Haveria a distinção dos três sendo um? O afeto que partilham os une na mesma desgraça. Um se acha espertalhão e dele se afasta. Mas não percebe o mal que cultiva. Doutros, um se resguarda, não sofre, nem prazer sente. E o último dos que vos conto, à podridão se entrega. Caminha pelo mais sórdido dos mundos. Onde nada há de ter valia, se não o gemido despertado... De uma unica mancha esbranquiçada, translúcida, muitos se fizeram. Com o rubro leito venoso se uniram e dele a paixão se completou. Nada pode ser perdido. Com a morte ou a traição, como símbolos constantes nele insistências se perduram.