Fragmentos - Memórias afetivas... ou recordações dispersas

"Aprendemos a amar, amando!" Oi meu querido, alles blau? Está é a minha primeira carta que lhe escrevo estando um pouco longe; mas o sentimento é o mesmo, se não maior! Maior devido a estas palavras estarem sendo declamadas com um sentimento que chamam de saudade. Bom... não sei a razão, mas sei que choro.
Tenho passado pelo processo de amadurecimento, e como você havia me dito: Dói mais que a dor do parto! Passo por dias nebulosos, aqueles em que os medos e as incertezas da vida vem e fazem presença em dias de solidão. Que atravessam o nosso peito e reviram tudo do lugar. São dias sem cores em que acreditamos que o tempo está mais devagar e sentimos falta. "Andarilho e sua sombra".
"Há um prospecto de um tempo emocionante à sua frente" - Lembra deste biscoito da sorte? A vida é emocionante! Tenho me admirado mais, deixando acontecer. Guardo novas experiências agora, descobri novos sabores, sentir novos cuidados, amizades, meus pés tocaram e sentiram o pulsar de uma nova terra. A família é fundamental, estar junto deles é importante para que momentos se tornem nossas lembranças.
Leio bastante! F. Nietzsche até o incrível livro do Milan Kundera (A insustentável leveza do ser), aprendo muito. Sabe, eu acredito que somos aqueles personagens, que o acaso da vida nos uniu sem pedir licença e foi mudando os nossos dias. Sinto um pequeno infinito.
Vejo em mim novos conhecimentos, nova postura. Começo a ver o mundo de uma forma diferente, cheio de desafios. Dores fortalecem e fazem acreditar no nosso futuro.
Sinto saudades de você! Falta de me arrumar para você, de chegar em uma quinta-feira e você me convidar para um passeio. Falta do teu aperto de mão, do seu abraço. Do seu café, das tuas teorias. De fazer carinho em você para acordar. Falta da nossa liberdade, das nossas vontades não reprimidas. Falta de como sorria ao te ver, de ver você falando "Es muss sein", de você ler para mim. Falta do seu beijo, das suas carícias, de como você me pegava no colo e me girava, de como eu chorava para você feito uma criança assustada. Falta de sentir que podíamos tudo. De dizer que você é bonito e como as pessoas te julgam por serem tolas.
Nossos momentos em minhas lembranças. Como coisas boas que fazemos. Somos infinitos neste pequeno espaço que não sabemos o porque e nem que nos colocou aqui. Mas estamos vivendo! Não sei o sentido da existência, longe da saber, mas sinto que é pra acontecer. Não sei o que somos, não sei se é certo sentir isso, mas nós não temos as respostas para tudo. Talvez sejamos o que o mundo ache estranho e o que os deuses temem, somos a liberdade!
Eu como jovem, tenho garra e não importa o nosso feito, mas sim a nossa jornada. Eu sonho e sempre sonharei e acredito em mim e em nós para podermos continuar. Não temos as melhores oportunidades, mas podemos fazer o universo conspirar a nosso favor. Eu sou capaz e tu também e vamos encontrar o caminho. Em última análise: Eu gosto muito de ti.
Um forte abraço de um garotx que tem enorme saudade de você! Te adoro.

Um beijo,

25/03/2015

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Há um tempo gostaria de lhe escrever uma carta, mas as palavras fugiam de minha mente. Decidi escrever o que estou sentindo agora, pois também deve haver de ser válido. Como tem passado? Espero que bem, que suas dores nas costas não lhe tenham atingido mais e que no trabalho esteja tudo azul, sendo o cara brilhante que tu és. Desde já, sinto enorme saudade de você!
Aqui lhe escrevendo estou muito bem, um pouco ansioso para o ENEM e as aulas de teatro, mas tudo fluindo, alles blau! Estou me sentindo melhor desde a última vez que nos vimos na estação de trem, sinto que este processo de amadurecimento é fundamental para ampliarmos nossa visão de mundo, e assim nos tornando pessoas melhores, nobres, como complexo de Polônio, em Hamlet, conhecendo a nós mesmos.
O caminho é longo e desconhecido, mas valerá a pena no final, pois tudo o que nos faz crescer, que nos tira da zona de conforto e nos coloca para dançarmos com o mundo em uma música que só nosso ser escuta é de grande valia. No fundo me sinto feliz por estar aqui, me sentindo vivo, integrado e humano, demasiadamente humano - Nietzsche. Lembro sempre dos teus conselhos e me faço agente construtor do meu próprio destino, aliás, os pensamentos têm o poder de atrair o que sentimos.
Obrigado por não desistir de mim! Obrigado por me mostrar o mundo como ele realmente de ser, quando penso que tenho você em minha vida, meu peito se enche de luz, como fogos de artifícios no ar. E não porque eu dependa de sua existência para tal intento, mas porque agora estou cheio de mim, e consigo amar! Te amo!
Vou ficando por aqui. Tu é um cara bom, de coração nobre, e muito bonito... Sou muito grato por compartilhar momentos com você. Desculpe não ter lhe enviado uma lembrança pelo seu aniversário e por se formar, ti conhece minhas condições, enfim...
Um grande beijo, sempre que posso, rezo por você! Um abraço para tua família e que os ventos e as energias que consagram o mundo e as nossas existências, formem os nossos dias. O que tiver que ser, será".

14/10/2015

Arthur Schopenhauer, in Aforismos Para a Sabedoria de Vida

Na vida somos geralmente como o viajante para o qual os objetos, na medida em que avança, tomam formas distintas das que exibiam à distância; esses se transformam, por assim dizer, à medida que se aproxima deles. Isso ocorre principalmente em relação aos nossos desejos. Muitas vezes encontramos algo diverso, às vezes melhor do que buscávamos. Às vezes também encontramos aquilo que buscávamos em um caminho completamente distinto do primeiro que, em vão, percorremos. Outras vezes, ali onde buscávamos encontrar um prazer, uma felicidade, uma alegria, encontramos um ensinamento, uma explicação, um conhecimento, isto é, um bem duradouro e real em vez de um bem passageiro e ilusório. (...)

Os homens nobres e superiores não tardam em perceber que estão nas mãos do destino, e de bom grado consentem em ser moldados por ele. Compreendem que o fruto da vida é a experiência, não a felicidade; então habituam-se a trocar a esperança pelo conhecimento e, no fim, se contentam, dizendo como Petrarca:

Altro diletto che’mparar, non provo. [Não sinto outra felicidade senão aprender. (Trionfo d’Amore, I. 21.)]

— Arthur Schopenhauer, in Aforismos Para a Sabedoria de Vida.


Música: Led Zeppelin - Stairway To Heaven

O VOO – Menotti del Pichia

O VOO – Menotti del Pichia

Goza a euforia do vôo do anjo perdido em ti
Não indagues se nossas estradas, tempo e vento desabam no abismo
Que sabes tu do fim?
Se temes que o teu mistério seja uma noite, enche-a de estrelas.
Conserva a ilusão de que o teu vôo te leva sempre para o mais alto.
No deslumbramento da ascensão, se pressentires que amanhã estarás mudo, esgota, como um pássaro, as canções que tens na garganta.
Canta, canta para conservar uma ilusão de festa e vitória.
Talvez as canções adormeçam as feras que esperam devorar o pássaro.
Desde que nasceste, não és mais que um vôo no tempo.
Rumo aos céus?
O que importa a rota?
Voa e canta, enquanto resistirem as tuas asas.

Música: The Sound of Silence (Original Version from 1964)