domingo, 25 de junho de 2017

Arthur Schopenhauer, in Aforismos Para a Sabedoria de Vida



Na vida somos geralmente como o viajante para o qual os objetos, na medida em que avança, tomam formas distintas das que exibiam à distância; esses se transformam, por assim dizer, à medida que se aproxima deles. Isso ocorre principalmente em relação aos nossos desejos. Muitas vezes encontramos algo diverso, às vezes melhor do que buscávamos. Às vezes também encontramos aquilo que buscávamos em um caminho completamente distinto do primeiro que, em vão, percorremos. Outras vezes, ali onde buscávamos encontrar um prazer, uma felicidade, uma alegria, encontramos um ensinamento, uma explicação, um conhecimento, isto é, um bem duradouro e real em vez de um bem passageiro e ilusório. (...)

Os homens nobres e superiores não tardam em perceber que estão nas mãos do destino, e de bom grado consentem em ser moldados por ele. Compreendem que o fruto da vida é a experiência, não a felicidade; então habituam-se a trocar a esperança pelo conhecimento e, no fim, se contentam, dizendo como Petrarca:

Altro diletto che’mparar, non provo. [Não sinto outra felicidade senão aprender. (Trionfo d’Amore, I. 21.)]

— Arthur Schopenhauer, in Aforismos Para a Sabedoria de Vida.


Música: Led Zeppelin - Stairway To Heaven

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