quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Bitch

Numa terra distante, próxima aos campos elísios, viviam, quase praticamente que juntos, uma pequena flor de girassol e um gigante. Viviam numa espécie de harmonia induzida. Chovia muito na região, uma chuva que os provinha de tudo, vinda do vale lindeiro. Chuva de nome D'vora. Depois de um tempo a chuva intensificou-se muito. O que poderia ser um problema foi brevemente resolvido com a construção de uma abrigo mais forte. Porém, ventos das longuinquas minas começaram a brandir. O gigante para manter o abrigo, afastado de sua terra natal, precisou por-se a labutar. Não conseguia mais cuidar com esmero da pobre florzinha. Enquanto o tempo passava, ela ia murchando, murchando, e as pétalas caindo, lentamente. Um dia, após uma leve tranquilidade, vento sobrou tão forte, que levou o gigante e o abrigo mas a florzinha, ficou, graças as suas firmes raízes. Um gralha passou a vizitá-la com frequência. Sabemos o que gralhas significam não é?

Bem, resumindo a história, há pessoas que se dizem bitch, mas que na verdade a são apenas em teoria. Os parasitas constituem-se em sugar seus hospedeiros. Digamos, que o parasita se auto-rotule de bitch. Quando há uma relação vazia, quando a prole liga-se ao progenitor apenas por interesses, podemos chamá-la de bitch. É isso que a bela florzinha era na verdade. Quando a prole é incapaz de desenvolver o amor filial, e mesmo assim liga-se a origem de seu mundo, ela não passa de uma bitch, ou um rat fedelho. Certo? Que filho não amaria seus pais? Não descarto esta possibilidade, mas creio que ela é remota, ao menos numa determinada classe social que ela não passa de uma razão puramente mercadológica. Prole reificada. Seria este o caso? Se sim, ainda mais neste caso, Adorno estaria certo, e mesmo assim insistiria ela em fazer a análise da "arte" do movimento. Bobagem. Não é possível, ouviríamos apenas um eco distante, que distoa do ambiente. Sei que o que estou fazendo é "feio", mas necessário. Não podemos deixar que determinadas ocasiões nos limitem. Quando captamos o funcionamento cognitivo de um ser, podemos lentamente conduzí-lo a vontade derradeira. Vontade de potência. O gigante está tão distante da pobre florzinha, que mal pode observá-la com decência. O que enxerga são apenas formas distorcidas. Se o vento do vale soubesse das intenções de quem derrama loucamente suas energias... Alguns momentos da vida das metáforas são tão patéticos. O importante é escrever, não importa se a compreensão será plenamente satisfeita.

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